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Reflexões sobre a produção do site de autoaprendizagem

      O percurso trilhado na tentativa de promover a formação de professores por meio de um site de autoaprendizagem se deu sob a rigorosidade metódica de um ponto de vista: o chão da sala de aula. O professor atua diariamente com a mediação do conhecimento através de diversas ferramentas tecnológicas, porém, por estar sempre com múltiplas tarefas, algumas inovações não chegam para melhorar seu trabalho cotidiano.Existe uma dificuldade em modernizar a maneira de produção de recursos pedagógicos de imagem, som e movimento. 

      Ao iniciar o curso de Pós graduação Latu Sensu em Arte-educação Intermidiática Digital ocorreu um processo de revitalização do espírito pedagógico (GOHN,2003) o qual sinaliza para a utilização dos conhecimentos para a melhoria da práxis cuja composição se dá de maneira qualitativa, visto que o que aprendemos deve favorecer nosso trabalho e sua eficiência e eficácia. Quando Freire (1999) utiliza o termo "aventureiro responsável" voltado para o professor, deixa claro que não há como saber o que iremos realmente encontrar no caminho da pesquisa e do ensino. Ao percorrer o caminho da extensão universitária, outro suporte do tripé da universidade, como egressa da Universidade Estadual de Goiás, participando de um grupo de estudos, o GEFOPI - Grupo de Estudos em Formação de Professores e Interdisciplinaridade - pude perceber o quanto há professores aversivos à tecnologia digital, ou mesmo a utilizam apenas como forma de entretenimento. Algumas questões foram sendo suscitadas em diferentes momentos e causaram ainda mais inquietação, pois, diante de tantos recursos digitais, aplicativos e softwares, o professor ainda se mantém distante. Por quê? 

      A possibilidade de contribuir ainda mais com a formação inicial e continuada de professores motivou a busca, a pesquisa acerca da tecnologia aplicada à sala de aula e os letramentos digitais, uso de textos que circulam na internet. O problema central que orientou a construção de um site voltado para a formação de professores e a utilização da arte/educação intermidiática digital na sala de aula foi exatamente a necessidade de formação e informação sobre tecnologia digital na elaboração de novos recursos educacionais, os quais são usados no dia a dia do professor e envolvem as diversas linguagens artísticas em música, imagem e vídeo.  

      Assim, o problema que instigou a produção do site FormArte Digital é a formação do professor para o uso das tecnologias digitais e o trabalho com a arte/educação intermidiática no cotidiano escolar. Como um site de autoaprendizagem poderá contribuir na formação do professor para o uso das tecnologias digitais aplicadas à educação, uso da linguagem computacional e exercício da arte/educação intermidiática no cotidiano escolar e na utilização, composição e inovação de recursos pedagógicos?

      Se o processo de aprendizagem é inacabado (FREIRE, 1996) e as informações se modificam rapidamente, é necessário que o professor também se atualize e faça uso não apenas técnico dos instrumentos, mas que os utilize com reflexão e crítica, percebendo que ora serão para entretenimento, ora serão para o trabalho mais eficiente. Corroboramos com Freire (1996) sobre a pesquisa e a rigorosidade metódica, pois a construção do site aconteceu paulatinamente, de forma intencional e direcionada pelas atividades propostas no curso e isso gerou maior domínio das ferramentas do próprio site. A estética, as combinações de layout e cores, botões e recursos diversos oferecidos puderam ser explorados de forma eficiente até encontrar a devida proporção de ideias que confluiriam para a autoaprendizagem por meio de vídeo aulas como metodologia de ensino para que professores e professoras em lugares diversos tenham acesso a nomes e até mesmo aplicabilidade de determinados aplicativos de celular que podem melhorar o desempenho docente e gerar outras performances educativas em menos tempo. Assim, fazer uma cartaz, realizar montagem de fotos, produzir um vídeo de comemorativo não seria mais uma tarefa sofrida, nem terceirizada, paga. O professor pode fazer uso de aplicativos de maneira fácil e rápida vislumbrando valorizar seu trabalho, sua atuação com arte por meio das diferentes mídias. 

       Ao participar de uma festa junina vi lindos cartazes, dentre eles uma linda tabela de preços, toda remendada com letras e palavras recortadas como um enorme quebra-cabeças. Imediatamente, falei para as colegas de trabalho: por que não usaram o Posteriza ou o Block Poster? E me responderam simplesmente: você precisa nos ensinar a usar! Frente a isto, percebi que tinha que disponibilizar algum recurso, divulgar o curso e também a prática da arte/educação intermidiática na escola por meio do site e redes sociais como Instagram, Facebook e YouTube.

      A relevância de realizar a produção de um site de autoaprendizagem foi ímpar. A necessidade de pesquisar e conhecer novas ferramentas digitais só renovou a minha práxis pedagógica, uma vez que a teoria e a prática coexistem nesse contexto de ensino, pesquisa e extensão universitárias as quais são indissociáveis. Atualmente, o site é um fomento para a renovação e a produção de novos recursos em vídeo e áudio. O critério e o rigor metódico pelos quais a construção do site precisam passar aumentam a necessidade de apoiar e difundir ainda mais o trabalho, podendo inclusive ser levado para o campo da pesquisa Strictu Sensu nos auspícios da tecnologia e da arte educação intermidiática.  

       A partir da construção do site, a motivação das discussões no GEFOPI também aumentaram, gerando produções de artigos e de capítulo de livro sobre Tecnologia e educação para a emancipação humana (in KOCHHANN e FREITAS, 2018). A formação do professor é um alvo importante e as políticas educacionais sinalizam que as lacunas são grandes e precisam de esforços individuais e coletivos na superação curricular desde a universidade. As contribuições do site FormArte Digital são importantes e denotam professores como transformadores (GIROUX, 1997) protagonistas e críticos. 

     É necessário que a formação de professores corrobore com a produção intelectual de novos recursos mediados pelas TIDCs - Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação - e o professor a partir da informação reelabore suas técnicas sem enfraquecer o espírito pedagógico, esse que alimenta o aventureiro responsável e direciona o processo de formar e formar-se.

        Reitero a satisfação em discutir a formação inicial e continuada de professores para a formação digital crítica proposta por Cunha (2013) trazendo a tecnologia aplicada à educação, mais especificamente ao trabalho docente como práxis reflexiva e emancipadora por meio do tripé da universidade: ensino , pesquisa e extensão. 

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